...

OPERAÇÃO HODÔMETRO

Matérias 03/01/2023

Do total de mandados, 13 são de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 28 de busca e apreensão. Investigações apontam que revendedores de vários estados utilizavam os serviços.

 

Vinte e duas pessoas foram presas em uma operação contra uma organização criminosa suspeita de desenvolver e comercializar softwares para adulterar hodômetros de veículos, na manhã desta segunda-feira (9), de acordo com a Polícia Civil.


Agentes de segurança cumpriram 13 mandados de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 28 mandados de busca e apreensão, na operação. Outras duas pessoas foram presas em flagrante.
As ordens judiciais foram cumpridas em Curitiba, cidades da região metropolitana e em Goiânia, no estado de Goiás, nas residências dos investigados e em empresas suspeitas de envolvimento no esquema.
O G1 tenta contato com os alvos da operação.


De acordo com a Polícia Civil, o objetivo dos suspeitos era diminuir a quilometragem original para facilitar a revenda dos veículos. As investigações apontam que revendedores de automóveis de vários estados utilizavam os serviços criminosos.


Além dos suspeitos de fornecerem softwares para adulteração de hodômetros, também são alvos da operação proprietários de lojas de revenda de veículos seminovos e particulares e proprietários de oficinas mecânicas, suspeitos de executar as adulterações.


O delegado que acompanha o caso, André Feltes, disse que a investigação começou há quatro meses, quando um veículo adulterado foi identificado em uma outra operação da polícia. A partir daí, os investigados foram identificados.


Somente nesses quatro meses de investigação, pelo menos, 100 carros foram adulterados. Porém, segundo a polícia, o número deve ser maior já que os suspeitos já atuavam há muito tempo.
"Eles realizavam de 10 a 15 adulterações por dia nas lojas, chegavam a fazer na própria empresa que revendia os veículos. Mas o que chamou a atenção é que até veículos luxuosos eram objeto de fraudes. A cada ano esses softwares vinham sendo atualizados para que abrangessem um número maior de modelos", afirmou.


Segundo o delegado, o consumidor era lesado por adquirir um veículo acima do valor de mercado que deveria ser comercializado, além de não saber a real condição mecânica e das peças do carro, o que pode causar danos econômicos e até mesmo acidentes.



ESQUEMA


De acordo com as investigações, os desenvolvedores do software cobravam valores pelo aparelho e pelas licenças do programa.
Em alguns modelos de contratações, a polícia identificou pagamentos por adulteração de veículos. Em modelos mais populares, os valores variavam entre R$ 100 e R$ 200. Por outro lado, em carros mais modernos, os serviços chegavam a custar R$ 3 mil.


Os crimes que estão sendo investigados pela polícia são: associação criminosa, indução do consumidor a erro, adulteração de veículo automotor, entre outros. As penas, se somadas, em caso de condenação, podem render aos envolvidos, pelo menos, 10 anos de prisão.


O delegado André Feltes afirmou que consumidores devem estar atentos quando for comprar um carro. Um dos pontos a ser analisado é desconfiar de uma quilometragem discrepante do ano de fabricação do veículo.
"A gente tem uma ideia de 10 mil a 12 mil quilômetros rodados por ano. Outro ponto importante é checar a origem desses veículos. Se o veículo for aqui da região talvez seja mais fácil entrar em contato com o comprador anterior", disse.


Feltes apontou ainda que os consumidores devem verificar a qualidade e condições do veículo, além de informações da empresa que está fazendo a revenda. Confira outras orientações no vídeo mais acima.

Agende uma visita

Utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência, de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições. Para falar sobre LGPD: contato@mchiquitiadvogados.com.br